Tinto V

Sacio em outro copo,
a sede que sinto do seu corpo.
Em outro cálice de tinto,
me entrego aos meus instintos.

Novamente nu sobre a cama,
um corpo a espera do par,
que enquanto impar,
anseia pelo doce sabor de amar.

Tinto

O tinto que corre em minhas veias,
irriga o que meu coração semeia.
O tinto que por minha boca entra,
atiça o que minha mente deseja.

O mesmo tinto que me faz delirar,
acelera o meu coração
e o desejo de te amar.

E nesse último gole de tinto,
eu me entrego a ti somente,
penetro o seu corpo nu,
satisfaço-me completamente.

Templo

Conforto minha alma na sua,

acalmo meus anseios em seus seios,

sacio os meus desejos em seus beijos.

Faço do teu corpo meu templo sagrado,

contemplo-o de tão perto com um certo privilégio,

afasto da minha mente todos os sacrilégios.

Profano meus instintos,

pelo bem do seu íntimo.

Mantenho-me sã, 

a espera do amanhã.

Inverno

No calor do momento,

nós nos entregamos aos nossos sentimentos.

Fazemos amor ardentemente,

como nos tempos de antigamente.

Na solidão do amor,

nós sofremos em silêncio.

Superamos tantas coisas,

encaramos nossos medos.

E no frio dessa noite,

nós nos abraçamos calorosamente,

fazemos juras eternas,

que só duram até a próxima primavera.

Das coisas

Das coisas que eu sabia,
eu só não sabia,
que amar sozinho,
era a minha sina.

Das coisas que me falaram,
só não me disseram,
que amar,
é muito mais confuso do que se pode imaginar.

Das coisas que me doutrinaram,
só não me ensinaram,
que no quesito do amor,
sofre menos quem não guarda rancor.

Sensações II

Suave como a noite,

tão quente quanto o sol,

assim o meu corpo fica,

quando você o acaricia.

Incandescente como a larva,

atormentado como um vulcão,

quando eu penso em você,

é assim que fica o meu coração.

Doce como brigadeiro,

tão gostoso quanto leite condensado,

assim é como eu descrevo,

aqueles momentos ao seu lado.

Essa noite

Memórias tão vivas,
que meu coração ainda sente.
Guardo-as no passado,
com as outras lembranças boas da gente.

Preparo o meu corpo,
libero a minha mente.
Essa noite me liberto,
vivo o presente.

Entorpeço

Entre dorsos e copos,
entorpeço o meu corpo
ensandeço a minha mente,
libero os meus sentimentos,
não me prendo ao que passado sente.

Tampouco

Em seus beijos e abraços,
entrego-me e me rendo.
Pelo seu amor e seus carinhos,
submeto-me e te surpreendo.

Pelo sim, pelo não,
já não mais tento compreender,
tampouco espero compreensão,
apenas ouço a voz do meu coração.